Wednesday, February 16, 2005

Romance metafísico

Aos quatorze anos tive a idéia de escrever um romance metafísico. Nunca levei a cabo, de tão complicado que era o esquema e a idéia inicial. Só fui capaz de esboçar o geral sobre o enredo e os personagens centrais- nada mais. Mas também pudera, tratava-se de um romance metafísico.
Para se ter uma base, a empreitada era tão monumental, tão portentosa, tão, tão...aborrescente, que cheguei a calcular um total de quinhentas páginas para explorar tudo o que eu pretendia. Ok, não escrevi sequer até a terceira página.
Mas voltemos ao ponto -
era um romance metafísico, bicho!- com tudo que um romance metafísico tem (possa ter) direito; incluindo um personagem que sofre mutações genéticas que variam de acordo com a medida e a intensidade de suas ações. Mais ou menos como se houvesse um Deus que o punisse aqui mesmo, sem esperar pela outra vida. Era um personagem especial, que tinha um puta contato com o cosmo, véi! O problema é que além de atormentado, ele também sofria de fortes dores de cabeça... viagem!


Monday, February 14, 2005

Wednesday, February 09, 2005

Renego, lápis partido, (12-4-1934)

Renego, lápis partido,
Tudo quanto desejei.
E nem sonhei ser servido
Para onde nunca irei.

Pajem metido em farrapos
Da glória que outros tiveram,
Poderei amar os trapos
Por ser tudo que me deram.

E irei, príncipe mendigo,
Colher, com a boa gente,
Entre o ondular do trigo
A papoila inteligente.

Fernando Pessoa

Monday, February 07, 2005