Quando amigos me dizem que esperam por alguém assim, assim ou assado, que faça isso, isso ou aquilo, e que preencha o vazio da existência, eu fico calado e ouvindo. Outros amigos, contando casos, fazem de tudo: perdoam uma porção de coisas, aceitam atitudes abomináveis e eu, para não ser desagradável, apenas ouço. Sim, porque se fosse para proferir algo, seria para dizer o quanto tudo aquilo é perda de tempo; ou perguntar o que diabos estão fazendo que ainda não caíram fora, dando belos chutes em desprezíveis traseiros.
Não posso conceber um relacionamento sem os jogos de observação. Não, não falo de jogos no sentido vulgar - intriguinhas e patati patatá. Os jogos a que me refiro são interessantes observações egocêntricas. Consiste em perceber e questionar cada passo e cada manifestação que ocorre na nossa própria mente durante um...envolvimento.
Ganha quem conseguir conter os impulsos de paixonite aguda e idiota. E o prêmio é poder desfrutar do privilégio de estar acima de qualquer fraqueza estúpida - dessas que roubam as energias vitais.
Mas não basta conter esses impulsos; é preciso sair da jogada com maestria, sem deixar rastros.
O problema é que para que o jogo seja interessante é preciso ser passional; ou seja, você tem que estar sujeito a esses impulsos para que a luta seja de igual para igual. Do contrário não tem a menor graça.
Quando todas essas coisas de adolescente já não fazem tanta diferença quanto saber da quantidade de grãos de ervilha que você comeu no almoço. Bem, quando é assim...game over.
Há muitos anos vi uma cena de novela bem incomum, que nunca me esqueço. Lembro que era a Claudia Abreu em um restaurante, bêbada, xingando um casal de figurantes porque eles estavam se beijando. O que dizer? Se for para chegar a esse grau de amargura, é melhor se entregar à paixonite. Mas um pouco de cautela sempre cai bem, embora eu não diga isso para meus amigos.
Uma variação sobre o mesmo tema: leiam!
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2 comments:
Pega no Verde! Gostei do seu texto (que rasgacao de seda ... :)). Que bom que esta gostando do livro. Ele e otimo. E por acaso ontem assisti a peca "The Producers" de Mel Brooks e ela tem todo um tom do escrachamento sutil deste livro...
E ah, receberam o seu livro la em casa! Agora estou ansioso para chegar em dezembro e comecar a ler.
vinicius...que cinico porque nao assume ..infelizzzz..
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