Sunday, June 12, 2005

Disse que disse

Estava procurando o Napoleão, livrinho de cem páginas da coleção clássicos econômicos (insira um saquinho de risadas aqui). O nome da coleção é esse por causa do preço de cada exemplar (2 reais).
Daí entonses, não é que eu encontrei todos os outros livrinhos econômicos, menos o que eu queria? Estou *arretado* com isso. Tenho o famoso Conto de Natal do Dickens, Aforismos de Oscar Wilde, Comedor de Ópio, de Baudelaire e O Chamado da Floresta, de Jack London. Comprei todos numa época de grana curta (digo, curtíssima...curta ainda é) quando não conseguia conter meus impulsos livrescos "apesar dos farrapos", como diria uma amiga.
Mas eu queria achar o Napoleão para reler o que ele disse sobre suicídio. Só consigo lembrar que ele condenava o suicídio com uma frase pomposa do tipo: "Nenhum homem tem o direito de tirar a própria vida...". Mas me esqueci dos argumentos; e eu quero argumentos, ora pois.

Calma ainda, não estou pensando em me matar. A vida até que está encantadora, vai; mas é que algo me fez pensar no tema "suicídio", e eu fiquei tentando me lembrar do que Napoleão disse. Não gosto quando a minha memória falha.
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Acho esquisito quando alguém desmerece o pensamento de um filósofo, alegando que este teve uma vida perturbada; ou que acabou se matando. Que alegação mais sem sentido!
Claro que um caminho que finda no suicídio não parece lá muito seguro, e todo o mundo sabe que o pensamento é traiçoeiro, tem armadilhas; mas daí a evitar um filósofo só por causa disso é besteira. Eu não preciso comprar as idéias que leio, nem absorvê-las em definitivo, porque só terei noção da validade delas quando se der o inevitável confronto com a experiência. Basear uma vida no pensamento ou nos conceitos é um erro, e se por um acaso o filósofo cometeu esse erro, por que eu o cometeria novamente?
Atribuir à filosofia a causa do suicídio não muda nada. O suicídio pode vir de um lapso ou decepção; e qualquer pessoa, por mais forte e mentalmente íntegra que esteja, pode passar por esse lapso, que é de uma rapidez leporina. É rápido e brusco como um mar revolto... é a violenta dinâmica da vida.

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Peter Bogdanovich é o diretor de The Last Picture Show (A Última Sessão de Cinema), um dos meus filmes favoritos.
Às vezes eu entro em um site ou blog que me interessa, mas acabo não voltando mais, simplesmente por ter perdido o endereço.
Faz alguns meses entrei em um blog e o garoto fazia uma espécie de enquete, pedindo para que os leitores lembrassem de diretores de um filme só, ou seja, que fizeram apenas um filme bem sucedido e depois pararam com o cinema, ou caíram no ostracismo. Ele mencionou Michael Curtz com Casablanca; e eu lembrei de William Friedkin com O Exorcista, que depois fez um ótimo filme de tribunal, mas foi fraco nas bilheterias. Acho que mencionei também Afonso Arau e Como Água para Chocolate.
Agora eu lembro que a carreira de Peter Bogdanovich foi um contínuo fracasso depois de The Last Picture Show, e queria voltar no blog do garoto e avisar, mas perdi o endereço. Malz!
Quero muito rever esse filme. Muito, muito, muito, muito! É com Ellen Burstyn (O Exorcista), Ben Johnson, e Cybill Shepherd.

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